Inteligência Artificial generativa, ESG, ciber resiliência, computação em nuvem… essas são apenas algumas das principais tendências de tecnologia para 2024.
De acordo com Kotler, as tendências não apenas prenunciam o futuro, mas também têm o poder de perdurar, expandindo-se para diversas áreas de mercado e atividades. Elas mantêm sua relevância por meio de indicadores consistentes, surgindo simultaneamente em diferentes contextos significativos.
Os estudos de tendência e comportamento nos ajudam a entender como o mercado vai caminhar nos próximos anos, para que seja possível adaptar estratégias e planos, de acordo com os objetivos do seu negócio.
Até mesmo porque, uma tendência surge a partir das necessidades de inovação da sociedade, que refletem uma série de sinais e contextos sociais, culturais, econômicos etc. isso significa então, que ao identificar uma tendência é possível se antecipar e se adaptar ao que hoje pode ser considerado uma disrupção, mas no futuro será a normalidade.
Além disso, as tendências desempenham um papel crucial ao evitar que se perca o timing das mudanças, ao compreender mecanismos que vão além da sua área de atuação e ao gerar insights que abrem portas para a inovação.
Quando se trata da interseção entre negócios e tecnologia, os impactos são vastos e multifacetados. Internamente, isso se traduz na formação dos times, nas habilidades necessárias para abraçar novas formas de trabalhar e nas competências essenciais para o sucesso. Externamente, reflete-se na maneira como os clientes percebem e interagem com a marca, moldando profundamente o relacionamento cliente-empresa.
Para isso, para ficar de olho nas tendências de tecnologia para 2024, é só continuar acompanhando esse artigo:
- Tendências de tecnologia para 2024
- Tecnologia e sustentabilidade
- Democratização da IA generativa
- Soft Skills
- Data economy
- Gestão contínua de ameaças
- Plataformas de nuvem
- Força de trabalho conectada
Tendências de tecnologia para 2024
O relatório “Top 10 tendências estratégicas de tecnologia para 2024”, publicado pela Gartner, agrupou as tendências em 3 temas chave para os negócios:
1 – Proteção dos investimentos: equilíbrio de decisões de passado e futuro;
2 – Criação de novas soluções: considerando o timing correto e os stakeholders;
3 – Entrega de valor: seja para clientes internos e externos.
Importante ressaltar que adotar qualquer uma dessas tecnologias vai depender dos objetivos da sua organização e em que posição você se encontra atualmente. Uma organização só entrega valor quanto conquista os objetivos do negócio.
Proteção dos investimentos
Nesta categoria, o objetivo é otimizar ao máximo os benefícios das decisões estratégicas, tanto passadas quanto futuras, garantindo sua longevidade. Para isso, as recomendações da consultoria são:
- Dê prioridade aos projetos que possuem metas bem definidas e que prometem resultados sólidos;
- Utilize o cálculo de ROI desde o início, para fazer o acompanhamento contínuo dos resultados, possibilitando a tomada de medidas preventivas quando necessário, garantindo que os investimentos sejam protegidos;
- Ao embarcar em projetos inovadores, considere a durabilidade das soluções, a possibilidade de reutilização e assegure os direitos envolvidos, incluindo propriedade intelectual e a titularidade das criações.
Criação de novas soluções
O objetivo é impulsionar os times e desenvolvedores a criar soluções usando a tecnologia adequada para cada função, no momento certo e para os stakeholders apropriados. O cerne dessa abordagem é a criação de ambientes que fomentem a criatividade, considerando os seguintes pontos:
- Ao escolher a tecnologia a ser adotada, leve em conta as especificidades do seu negócio, as necessidades organizacionais e a expertise necessária;
- Elabore um roadmap para orientar todos na organização, para assegurar que todos estejam na mesma página e trabalhem em direção aos objetivos comuns;
- Trabalhe com os stakeholders para definir as metas de entrega e gerenciar de forma eficaz o ciclo de vida do portfólio.
Entrega de valor
A entrega de valor contínua exige um ajuste constante nas demandas dos clientes, tanto internos quanto externos, bem como nos processos organizacionais. Esse refinamento contínuo cria um ciclo virtuoso de entregas, fundamentado na excelência operacional.
O estudo da Gartner destaca o papel crucial dos algoritmos e da inteligência artificial generativa. Essas tecnologias não apenas aprimoram a interação com os clientes, mas também otimizam os processos internos. Elas não apenas facilitam o acesso a ferramentas essenciais, mas também expandem as oportunidades para a automação inteligente.
Podemos observar na imagem acima que duas tendências fazem intersecção entre as 3 categorias. São elas:
Tecnologia e sustentabilidade
No contexto atual, a convergência entre tecnologia e sustentabilidade ganha destaque, com o ESG, orientação para que as soluções digitais atendam a critérios que respeitam o ambiente, a sociedade e a governança, sempre buscando um equilíbrio vital.
As tecnologias sustentáveis, por sua vez, concentram-se em aprimorar o desempenho global, levando em conta o meio ambiente para mitigar e se adaptar aos riscos naturais, promover o bem-estar social e fortalecer a governança para impulsionar os negócios.
Para começar, selecione as tecnologias que são sustentáveis na sua indústria e que são uma prioridade para o seu negócio, além de envolver ou criar um conselho de ética para construir um roadmap, estruturando a tomada decisões, para criar soluções que busquem a maior sustentabilidade para a organização.
Até 2027, 25% dos CIOs terão sua remuneração atrelada aos impactos sustentáveis da tecnologia adotada nas organizações.
Democratização da IA generativa
De acordo com a pesquisa mencionada acima, até 2026, 80% das empresas já vão ter utilizado IA generativa em APIs, modelos preditivos e/ou no desenvolvimento de aplicações. Hoje, esse número é de apenas 5%.
Esta rápida ascensão da IA generativa a coloca no epicentro das tecnologias mais disruptivas da última década, instigando debates e regulamentações sobre seu uso.
Afinal, já estamos testemunhando o potencial da IA generativa para automatizar uma ampla variedade de tarefas, elevando a produtividade, reduzindo custos e desbravando novos horizontes de crescimento. Ela está transformando fundamentalmente a maneira como trabalhamos e acessamos informações, como evidencia a popularidade das interfaces de conversação em linguagem natural.
De acordo com um estudo realizado pela Mckinsey, os cases de uso da IA generativa incluem uma série de atividades, as mais citadas foram:
Essa disrupção requer das empresas ações estratégicas:
- Análise dos casos de uso de IA generativa com base na viabilidade técnica e valor comercial tangível, definindo com clareza os prazos para teste, implantação e produção;
- Proporcionar treinamentos aos funcionários, para que eles adquiram o conhecimento necessário para utilizar as ferramentas de IA com segurança e confiança;
- Gerenciar a confidencialidade, segurança e risco da IA;
- Criação de modelos de governança para gerenciar os projetos de IA, fazer com que eles saiam do papel com mais facilidade, gerando mais valor para os negócios com mais precisão e consistência;
- Monitorar de forma constante os modelos de IA para garantir a precisão das informações.
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Além disso, o artigo da Forbes destaca duas tendências de negócios que se alinham com o desenvolvimento da IA generativa:
Soft Skills
As soft skills, habilidades intrinsecamente humanas, tornam-se cada vez mais relevantes. Com a automatização de aspectos técnicos do trabalho, haverá mais espaço para que as organizações aproveitem as competências interpessoais para tarefas que ainda requerem uma visão humana crítica.
Assim, as empresas passariam a investir mais no desenvolvimento de competências interpessoais, como inteligência emocional, comunicação eficaz, resolução de problemas interpessoais, estratégias de alto nível e liderança inovadora.
Data Economy
Os dados emergem como ativos comerciais valiosos, especialmente no contexto de atender às necessidades dos clientes. A utilização estratégica de dados permite abordagens e ofertas mais precisas. Com o avanço da inteligência artificial, os dados são analisados em grande escala, proporcionando insights valiosos para orientar as decisões estratégicas das empresas.
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Outras tendências interessantes apresentadas no relatório, são:
Gestão contínua de ameaças
De acordo com pesquisas citadas pela Forbes, 1 a cada 2 empresas já foi vítima de ciberataques nos últimos 3 anos, um cenário que deverá custar à indústria mais de 10 trilhões de dólares até o final de 2024. Diante desse desafio, as organizações colocaram a segurança no topo de suas prioridades, buscando soluções que fortaleçam suas defesas e mitiguem possíveis ataques.
Pensando nisso, a Gartner incluiu em sua lista de tendências de tecnologia para 2024 o CTEM ou “Continuous Threat Exposure Management”, que nada mais é uma abordagem pragmática e sistemática para, de forma contínua, priorizar a otimização de ações de cibersegurança.
Segundo o relatório da consultoria, empresas que adotarem o CTEM poderão reduzir em dois terços as violações de segurança. Essa abordagem alinha os ciclos de avaliação de exposição a projetos específicos e ameaças críticas, utilizando os resultados esperados das respostas táticas e técnicas para otimizar a segurança. Isso não apenas baseia-se em evidências concretas, mas também melhora a comunicação entre equipes de forma eficaz.
Como adotar essa abordagem:
- Integre o CTEM aos programas de conscientização e gerenciamento de riscos da organização, priorizando aquilo que é relacionado ao negócios para mitigar exposições;
- Ao expandir um programa de gerenciamento de vulnerabilidades, impulsione-o através de melhorias que priorizem descobertas por meio de técnicas de validação;
- Adote tecnologias de validação em cibersegurança para aprimorar os fluxos de trabalho existentes, aumentando a eficácia e a prontidão em cibersegurança da organização.
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Plataformas de nuvem
De acordo com a Gartner, até 2027, mais de 50% das empresas vão usar plataformas de nuvem para acelerar as iniciativas de negócios. Hoje, esse número é de apenas 15%.
Essa tendência é impulsionada pelas ICPs (Industry Cloud Platforms), que possibilitam a abordagem de questões comerciais específicas da indústria, combinando serviços subjacentes de IaaS, PaaS e SaaS em uma oferta de produto completa, repleta de capacidades de composição.
As vantagens das ICPs são:
- Esse tipo de plataforma pode ser personalizado, de acordo com as necessidades da sua organização;
- Os profissionais de TI podem utilizar esse tipo de plataforma para ganhar mais adaptabilidade e agilidade;
- Elas podem complementar o atual portfólio de aplicações, adicionando novas funcionalidades que geraram valor, em vez de substituir as funcionalidades existentes;
- Plataformas em nuvem podem ser utilizadas tanto para otimizar e modernizar, aprimorando processos existentes, quanto para permitir iniciativas de transformação e inovação mais diferenciadas.
Força de trabalho conectada
Nesta tendência, discutimos a formação das equipes. O “Augmented Connected Workforce”, apresentado pela Gartner, refere-se a uma força de trabalho aprimorada por meio de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, realidade aumentada e internet das coisas. Essas tecnologias possibilitam uma maior conectividade entre os trabalhadores, bem como melhorias nas habilidades e eficiência por meio da tecnologia.
As vantagens dessa integração são:
- Aumento da produtividade e colaboração: Integração de tecnologia para ampliar as capacidades dos trabalhadores humanos, resultando em maior produtividade e colaboração no local de trabalho;
- Agilidade na aquisição de novas habilidades: O processo de adquirir novas habilidades torna-se mais ágil e dinâmico, permitindo que os funcionários se adaptem rapidamente às demandas em constante mudança do mercado;
- Otimização de processos e gestão do tempo: Melhoria na otimização dos processos e gestão do tempo, possibilitando uma alocação mais eficaz dos recursos da empresa;
- Capacidade de lidar com complexidade: As equipes tornam-se capazes de lidar com questões cada vez mais complexas, graças à integração eficaz da tecnologia em suas operações diárias.
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Para tornar essa realidade palpável nas organizações, é essencial oferecer treinamentos de atualização para os funcionários. Além disso, criar um grupo multidisciplinar de líderes pode ser uma estratégia eficaz. Esse grupo pode decidir quais segmentos priorizar para o investimento e estabelecer os resultados esperados, promovendo uma implementação mais estratégica e bem-sucedida dessas tecnologias avançadas no ambiente de trabalho.