Maturidade digital: um benéfico alvo em movimento a ser atingido

A transformação digital é um fenômeno global que está impactando todos os aspectos do negócio. Ela é um verdadeiro divisor de águas na forma com a qual as organizações fazem negócios e como elas se envolvem com seus clientes. Quanto maior a maturidade digital de uma empresa, mais avançada ela se torna, lidando melhor com os desafios e riscos de um mercado cada vez mais volátil e acelerado.

A tecnologia é responsável por trazer mais agilidade e produtividade para os ambientes de trabalho e a transformação digital é uma forma de incorporar soluções tecnológicas para melhorar a resolução de problemas, garantindo um fluxo de trabalho mais fluido.

Os primeiros passos rumo à maturidade digital de muitas organizações já foram dados e mudanças mais simples já foram feitas, mas a jornada para a maturidade digital é constante e é necessário pensar em projetos mais estratégicos, que trarão maior impacto às organizações, de modo a aperfeiçoar processos e contar com os parceiros certos para, de fato, amadurecer digitalmente.

Há desafios a serem vencidos para transformar digitalmente uma instituição. O mercado cada vez mais acelerado, aumenta o dinamismo das relações. Porém, essa transformação amplia os níveis de produtividade e competitividade, além de, hoje, ser um requisito para a sobrevivência das empresas no mercado.

Continue a leitura para saber mais sobre transformação e maturidade digital e como sua empresa pode alcançar esses patamares.

Quais as diferenças entre Transformação Digital e Maturidade Digital?

As iniciativas de transformação digital são apenas o primeiro passo para uma jornada que leva empresas e instituições a um nível de maturidade digital. Apesar de diferentes, esses dois termos se interligam pela necessidade um do outro: a transformação digital é um processo contínuo e a maturidade digital é um alvo em movimento, que se conquista com investimento e com tempo.

Segundo estudo realizado pela McKinsey & Company, as transformações digitais podem ser caracterizadas por acionar ao menos um de quatro ativos de valor:

  1. Modelos de negócio, ou seja, novos modelos econômicos;
  2. Conectividade;
  3. Processos, com foco na experiência do cliente, automação e agilidade; e
  4. Analytics.

Mas para apreender o valor criado por tais ativos, melhores práticas de gestão são fundamentais, a fim de valorizar quatro dimensões:

  • Estratégia;
  • Capacidades;
  • Organização e
  • Cultura.

A transformação digital terá início e consolidação com a integração da tecnologia em todas as áreas de um negócio e não apenas de um setor, como é visto em muitas empresas.

Já a maturidade digital é um indicador de sucesso para as empresas que estão em processo de transformação digital; ela mede a capacidade de uma organização criar valor por meio do uso da tecnologia.

Ou seja, com a implementação desses ativos de valor, maior a chance de a organização experimentar impactos positivos trazidos por eles. As empresas de maturidade mais baixa tendem a pensar em transformação digital em termos restritos, por exemplo, simplesmente como suporte ao cliente, investindo em automação de processos para call centers. Empresas de maior maturidade normalmente têm uma visão mais ampla.

A consultoria internacional Bip realizou um estudo, em 2020, que mostra como o caminho ainda é longo para que as empresas alcancem um alto nível de maturidade digital: em uma escala de 1 a 5, a média obtida pelas grandes empresas foi 2,7, um nível intermediário de maturidade digital. As empresas analisadas são sediadas nos continentes Americano, Europeu e Asiático e, dentre elas, 15% são brasileiras.

Ainda de acordo com o estudo, cada setor tem uma jornada de transformação digital própria e os mais avançados foram o financeiro (média 3), seguido pelo setor elétrico (média 2,9) e de tecnologia (2,8).

>> Leitura recomendada: Como a aceleração digital te ajuda a superar os desafios da mudança

Jornada da Maturidade Digital: como funciona?

A transformação digital não é um destino fixo, uma empresa digital precisa estar em constante evolução, inovando em tecnologias, para aperfeiçoar o que oferece. Portanto, a maturidade digital não é um ponto final, mas a capacidade de evolução e integração de tecnologia. Existem diversos caminhos na jornada da maturidade digital e os líderes precisam escolher aquele que se adapte melhor à sua situação.

A pesquisa “Impulsionando a maturidade digital”, realizada pela consultoria Deloitte, revelou que há uma discordância entre os executivos seniores das organizações sobre o significado de transformação digital. Sendo assim, o estudo elencou sete principais aspectos, chamados de pivôs digitais, que as empresas devem desenvolver tecnologicamente para alcançar a transformação digital e, mantendo a constância e atualização, a maturidade digital. São eles:

  • Infraestrutura flexível e segura: implementar uma infraestrutura tecnológica flexível, mas que seja segura, seguindo as regras e leis de privacidade. Uma estrutura segura viabiliza a automação e a escalabilidade;
  • Big data: utilizar e organizar de maneira coerente e adequada dados em silos, de modo a aumentar a eficiência, a receita e o envolvimento do cliente com produtos e serviços. A conexão de dados online e offline, entre diversas áreas da empresa, também é um caminho possível a trilhar;
  • Redes de talentos abertas e com experiência digital: realizar programas de treinamento com foco nas competências digitais, desenvolver competências estratégicas, identificando, contratando e treinando talentos como data scientists e especialistas, e colocando-os para trabalhar lado a lado com os demais membros da empresa, como verdadeiros times multifuncionais e integrados;
  • Engajamento do ecossistema: fazer parcerias estratégicas, trabalhar com organizações de pesquisa e desenvolvimento, incubadoras de tecnologia e startups, para obter acesso a recursos de tecnologia ou pessoas, formando um ecossistema em busca da inovação;
  • Fluxos de trabalho inteligentes: executar e reavaliar continuamente os processos que aproveitam ao máximo os recursos humanos e tecnológicos para produzir resultados positivos e criar a cultura do “testar e aprender, falhar rápido”, trazendo otimizações e aprendizados, encurtando prazos de planejamento e execução de projetos;
  • Experiência unificada do cliente: oferecer uma experiência aprimorada ao usuário, com interações digitais e humanas;
  • Adaptabilidade ao modelo de negócios: expandir a matriz de modelos de negócios e fluxos de receita da organização, consequentemente, adaptando-se às variáveis de mercado e aumentando a receita.

Apesar dos sete pivôs digitais serem de extrema importância, três deles são fundamentais, já que possibilitam a concretização de outros pivôs de forma mais eficaz: infraestrutura flexível e segura; domínio de dados e redes de talentos abertas e com experiência digital.

Executar esses sete pivôs digitais é uma forma de obter maiores benefícios nas empresas, maximizando o potencial da transformação digital. E por que continuar investindo tempo e recursos para se tornar uma empresa amadurecida digitalmente? Principalmente para conquistar melhores resultados financeiros e maior resiliência estratégica.

>> Leitura recomendada: Descubra por que adotar frameworks ágeis não é a mesma coisa que ter business agility

Por que a minha Transformação Digital deu errado?

Independente do estágio de transformação digital em que cada organização se encontre, todas possuem um farol: amadurecer digitalmente. Apesar disso, muitos desafios são encontrados nesse processo. O Google elencou os 3 erros mais comuns que as empresas cometem no processo de transformação digital e que devem ser evitados:

1. Não se adaptar às mudanças e novos comportamentos dos clientes: nos últimos dois anos vimos uma mudança significativa no comportamento do consumidor, tratando-se do digital. No Brasil, de acordo com a pesquisa da TIC Domicílios divulgada pelo G1, 46% dos usuários de internet compraram produtos e serviços online em 2021. Em 2019, o índice havia sido de 39%. Na Argentina, 75% dos consumidores experimentaram uma nova forma de compra durante o isolamento. Esses são hábitos que permanecerão, a questão é quanto tempo levará para as marcas reorganizarem seu modelo de negócios em torno dessa mudança de comportamento;

2. Não entender como a jornada do consumidor realmente é: muitas empresas precisam entender qual o comportamento por trás das ações de seus consumidores para que eles contratem seus serviços ou comprem seus produtos. Os dados são muito importantes nessa jornada. Ter uma equipe de data analytics ou automatizar esse processo por meio de machine learning pode trazer sucesso à sua transformação digital;

3. Não ficar atento à fricção: as organizações precisam se atentar à jornada de compra do consumidor, já que cada ponto de fricção deve ser eliminado. Nessa mesma pesquisa, o Google analisou o processo de compra de sistemas de segurança doméstica. Após colocar um produto no carrinho, os clientes levaram 104 segundos para encontrar o botão de compra, enquanto a ação deveria ser concluída em 1 segundo.

De acordo com a McKinsey, as empresas que desejam ser bem-sucedidas em sua transformação digital e pretendem alcançar a maturidade digital precisam estar atentas a ações específicas, diretamente relacionadas com as dimensões digitais investigadas no estudo:

  • Estratégia: executar iniciativas digitais dentro ou fora da empresa de acordo com estratégia, alavancando pontos fortes ou lançando iniciativas “do zero” e digitalizar ferramentas e processos de trabalho de uso diário, além de ampliar a tomada de decisões baseadas em dados e analytics;
  • Capacidades: escolher um modelo de digitalização que permita amadurecer as capacidades digitais, estabelecer políticas, ferramentas e novas formas de trabalho, aplicando treinamentos para preparar os colaboradores do futuro;
  • Organização: definir a estrutura e a governança de TI para fazer o acompanhamento da transformação, garantindo a responsabilização pelas mudanças e minimizando a fragmentação da gestão. Líderes da organização com conhecimento de digital devem estar diretamente envolvidos na transformação, apoiando a mentalidade de promover mudanças;
  • Cultura organizacional: promover novas maneiras de trabalho que fomentem uma maior autonomia, aprendizado contínuo e ambientes abertos, comunicando continuamente o propósito da transformação.

A transformação digital requer patrocínio executivo e engajamento para transmitir a mensagem para os colaboradores de que ela é uma prioridade, que facilita e beneficia toda a organização. O sucesso da transformação digital de uma empresa será determinante para sua permanência no mercado brasileiro atualmente e no futuro.

>>Leitura recomendada: Cynefin – como tomar boas decisões em projetos ágeis

Maturidade Digital no mercado

A transformação digital e a maturidade digital no Brasil e no mundo ganharam um novo dinamismo nos últimos anos, em termos de urgência e aplicação de novas tecnologias. De acordo com o estudo realizado pela Bip, citado anteriormente, as empresas que são vistas como mais maduras em transformação digital são aquelas que definiram uma estratégia digital muito clara, com orçamento direcionado para esta finalidade e treinamento do quadro de funcionários.

No Brasil, três setores possuem uma média acima da média geral (2,9) em maturidade digital: Serviços financeiros, Varejo, e Telecomunicações e Tecnologia. Não coincidentemente, são os setores mais afetados pelas mudanças de comportamento e necessidades do cliente.

O setor de Serviços financeiros é o que apresenta a maior maturidade digital no Brasil e é o segundo mais bem posicionado no mundo. No contexto do estudo, este setor inclui seguradoras, empresas de meios de pagamento e bancos. Seus líderes se destacam em relação aos demais líderes nas dimensões Capacidades, Organização e Cultura.

Atualmente, iniciativas como o Open Finance e Open Insurance devem potencializar ainda mais a maturidade digital desse setor.

O desenvolvimento tecnológico e digital impacta os negócios beneficamente e empresas que estão em níveis de maturidade digital mais avançados têm líderes e colaboradores que reconhecem isso e investem digitalmente em sua organização. É fundamental que as empresas brasileiras aproveitem ao máximo dos benefícios das tecnologias, a fim de aperfeiçoar operações e aumentar receitas.

Quer fazer a sua empresa amadurecer digitalmente? Venha conversar mais sobre transformação digital e maturidade digital conosco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Newsletter

Insights de tecnologia para você!

Não compartilharemos seu e-mail com terceiros e também prometemos não enviar spams. Ao informar seu e-mail, você concorda com nossa Política de Privacidade.

Conteúdos relacionados

Veja nesse artigo como incluir a Inteligência Artificial no seu planejamento estratégico de TI para que ele seja adap...
Veja nesse artigo como reskilling e upskilling são fundamentais na área de TI para nos adaptarmos a era da Inteligênc...
Veja nesse artigo quando usar microsserviços, como se preparar para obter os benefícios dessa arquitetura no seu sist...