Open Summit Brasil 2022: confira os destaques e principais painéis do evento!

Open Summit Brasil 2022, evento que acontece entre os dias 06 e 10 de junho, vai promover uma série de debates e discussões sobre Open Banking, Open Insurance, Payments, Moedas Digitais, Fintechs, Insurtechs e Open Innovation! A OPUS Software, claro, não ficou de fora desse evento e preparou esse conteúdo especial, compilando os destaques de cada dia, para você ficar por dentro de todas as novidades e perspectivas desses ecossistemas. Veja:

Open Summit Brasil – Dia 1

Open Summit Brasil 2022 - Dia 1

[OPUS Software] Desafios e oportunidades para se tornar um iniciador de pagamentos com foco no cliente

Nesse painel apresentado pela OPUS Software, Marcelo Feltrin, nosso Head of Business Development, Eduardo Maia Machado, CTO da Celero e Willian Takamura, Head of Compliance em uma empresa de comércio eletrônico, conversam sobre os caminhos e expectativas em relação aos Iniciador de Transação de Pagamento, assim como o compliance regulatório exigido para se ingressar no Open Finance.

“O pote de ouro não está no óbvio, mas sim nas portas que se abrem por trás disso”, comentou Eduardo sobre as oportunidades criadas pelo Open Finance, o que inclui o potencial de desenvolvimento dos Iniciadores de Transação de Pagamento (ITP), tema central do painel.

Os palestrantes evidenciaram que o compliance regulatório exigido pode, na realidade, ser um benefício para as instituições, já que a tecnologia tem o poder de trazer benefícios e melhorias para o negócio, como performance, segurança e experiência do usuário. Além disso, ambos concordam que as bandeiras de cartão, nesse cenário de ITP, devem se adaptar e se associar à serviços complementares. Tudo isso torna as expectativas por inovação e novos modelos de negócio ainda mais altas, conforme enxergamos essas novidades para além do óbvio e oferecemos para os clientes menos atrito na hora de fazer pagamentos.

Willian destacou a forte sinergia entre o ITP e o método “buy now pay later”, com um ótimo canal para a distribuição do produto. Eduardo ressalta ainda os benefícios potenciais para a gestão financeira das PMEs, por meio da centralização de operações, habilitada pelo ecossistema do Open Finance, com os iniciadores de pagamento.

Por que o Open Finance ainda não pegou?

O painel começou com um importante resgate histórico do mercado financeiro, até chegarmos a seguinte pergunta: por que ainda existem pessoas relutantes com o Open Finance? De acordo com o palestrante, apesar do Open Finance se basear na democratização do sistema financeiro, ainda existe um número de participantes limitados. Logo, para ingressar no Open Banking, a instituição precisa atender a uma série de normas estipuladas pelo Banco Central até ser autorizada. Entretanto, existem diversas empresas — como a OPUS — que podem acelerar este processo por meio de soluções prontas, que permitem que as instituições ingressem no ecossistema de forma segura e ágil, para que eles aproveitem todos os benefícios e melhorem a experiência dos próprios clientes.

No geral, o palestrante concluiu que é importante ousar e apostar nesse novo ecossistema, pois ele será bom para os consumidores, que terão mais poder sobre os seus dados, e para as instituições, que terão mais fluidez na transferência de dados e na análise de novos clientes. Vale ressaltar também, que o investimento e crescimento iminente dessa área, irá acelerar o processo de implementação do Open Finance no Brasil.

Open Finance Brasil – Desafios entre UX e fricção – GT UX

Neste painel, Luana Soratto (ABFintechs), Andresa Voigt (Sicred), e Patrícia Garay (Sicredi) membros do GT Técnico de Experiência do Usuário do Open Finance, falaram sobre a atuação do grupo e desafios do projeto de construção do Guia de Experiência do Usuário e Desenvolvedor, que tem ajudado instituições e usuários a se adaptarem a esse ecossistema. Esse guia apresenta as diretrizes e recomendações que possibilitarão uma melhor fluidez e consistência em todas as etapas da jornada do usuário.

As painelistas reforçaram que o material não tem como objetivo coibir a inovação, mas sim, servir de modelo e direcionamento para as novas instituições ingressantes, uma vez que foi desenvolvido com base em contextos e experiências de usuários reais e benchmarks em países mais maduros na implementação desse ecossistema.

Falaram, ainda, sobre o desafio que tem sido trabalhar com o calendário do Open Finance e seus requisitos, mas que estão otimistas com esse lançamento e aprendizados que vieram com essa experiência. Concordam que se trata de um documento em construção, que evoluirá conforme o avanço das próximas fases do Open Banking.

Como as Fintechs estão reformulando o setor bancário

O Open Finance vai permitir aos participantes acessar uma quantidade e uma qualidade de dados e informações dos clientes nunca antes vista. Mas, como apontam os painelistas, não adianta nada ter dados novos e continuar pensando do mesmo jeito. Para eles, fica claro que há muito espaço para mudanças e melhorias, que serão potencializadas nesse novo ecossistema.

Durante a conversa, foi levantada uma série de possibilidades de inovação e integrações entre aplicativos, que tem tudo para tornar a nossa vida mais prática. Destaque também para as mudanças nas análises de “credit scoring”, com foco em dados comportamentais, o que deve também causar um grande impacto social, aumentando o acesso ao crédito das classes C, D e E.

Eles ainda acreditam que as inovações vão surgir do fruto de parcerias entre diversas empresas, que vão juntas desenvolver novos negócios, ou ainda, empresas altamente especializadas em pontos específicos da jornada do usuário, que vão se agregar a outros serviços. O futuro pode até gerar altas expectativas e ainda não sabemos tudo que está por vir, porém podemos encontrar boas respostas quando focamos na relevância e geração de valor para o usuário.

Buscando novos fluxos de receita em finanças abertas

Assim como a internet foi no final dos anos 90, o Open Finance é hoje uma novidade com alto potencial, porém com muito a ser desenvolvido ainda. Esse painel apresentou 5 modelos e exemplos de funcionalidades que já existem no mundo e que devem ser potencializados por esse ecossistema: Premmium API, Plataformas Abertas, Ecossistemas, Marketplace e BaaS.

O painelista ressaltou o pioneirismo do Open Finance Brasileiro interoperado, que inclui além do Open Banking, o Open Insurance e o Open Investment, permitindo uma visão 360º do cliente, aumentando a assertividade na hora de oferecer produtos e serviços, justamente porque será possível identificar o momento de vida do seu cliente, o próximo passo e quais parceiros podem fazer parte desse momento. Além da possibilidade de sugerir melhores decisões financeiras.

Por isso, é importante ter sempre em mente que o cliente precisa estar no centro, os dados precisam ser utilizados para trazer as melhores soluções. O palestrante destacou ainda que empresas não reguladas podem participar do Open Finance por meio de parcerias com empresas reguladas, atendendo às normas da LGPD, como forma de gerar mais insights, potencializando a hiper personalização das ofertas.

Open Summit Brasil – Dia 2

Open Summit Brasil 2022 - Dia 2

Ecossistema Fintech: Contribuindo para o futuro do setor financeiro

Neste painel, membros da startup a55 debateram sobre como a tecnologia, alinhada à inovação, pode ajudar na solução de problemas financeiros. Abordando temas como o “data based lending”, eles explicaram que a falta de capital e habilidades de investimento, está levando as empresas a procurarem cada vez mais, por um sistema de crédito baseado em dados. De acordo com os painelistas, para as pessoas empreenderem, elas precisam de um fluxo de caixa maior e, para isso, muitas fintechs estão se unindo ao setor financeiro para oferecer múltiplas soluções de crédito.

Esse movimento não é uma novidade e nem uma tendência dos últimos anos, contudo, com o avanço do ecossistema Open Finance, mais instituições estão buscando colaborar entre si, para maximizar seu Lifetime Value (LTV). Sendo assim, ao invés de competirem umas com as outras, as organizações estão optando por atuar como aliadas nesse ecossistema, onde todos saem ganhando.

>>Leitura recomendada: Entenda como funciona o Encaminhamento de Proposta de Crédito (EPOC) no Open Banking

Competição ou cooperação. Como se dará o relacionamento entre Bancos e Fintechs nos próximos anos?

A crescente demanda por serviços financeiros tem gerado algumas especulações sobre as disputas entre bancos e instituições financeiras, porém, com o Open Banking, o que se percebe é um ambiente de muita cooperação e construção, segundo Ivo Mósca (Itaú).

O superintendente executivo de Open Finance pelo Itaú, elencou 5 grandes pilares que motivam essa cooperação: oportunidade de pilotar novas tecnologias e soluções; se beneficiar da expertise de Fintechs em nichos específicos ou soluções de serviço de interesse da instituição; redução do time to market (economia em tempo de aprendizado, desenvolvimento e mobilização de time); expansão da prateleira de produtos possibilitados por essas parcerias; e expansão dos canais de venda.

“Efetuar parceiras com instituições de modo que se tornem canais de distribuição de seus produtos e serviços pode ser muito vantajoso e facilitar o alcance a nicho específicos”, complementou Mósca. Como exemplo de sucesso, o painelista falou sobre uma recente parceria do banco Itaú, com a criação do “players bank”, que possibilitou o alcance a um público novo para o banco: o público gamer.

Ivo atribui esse aprendizado a cooperação entre grandes instituições e Fintechs, e acredita que, por todas essas transformações, até o final desse ano seremos reconhecidos como o Open Finance de maior escopo, penetração de clientes e volumetria em termos de dados entre instituições.

Segurança de Dados: Colocando em perspectiva estratégias de proteção de dados sensíveis para o setor financeiro

A segurança de dados é um dos temas mais debatidos do Open Finance, desde o início de sua implementação com o Open Banking. Porém, o painelista Rodrigo Duarte, do Banco BV, deixa claro que as normas de segurança já aplicadas ao mercado financeiro (Res. Bacen 4.893, LGPD e Lei do Sigilo Bancário), foram um ponto decisivo na hora da regulamentação do Open Finance, pelo Banco Central. Sendo assim, o especialista em segurança recomenda como estratégia de proteção de dados sensíveis, a criação de um baseline de segurança de API (composto por 4 elementos fundamentais: validação de mensagens, limitação de taxa, criptografia e assinatura digital e controle de acesso) e uma política de Zero Trust: não confie, sempre verifique.

Já Wagner Martin, da Veritran, que também participou do painel, ressalta que “sem segurança, não há transação financeira” e recomenda a utilização de mais de um mecanismo de segurança. Para ele, essas camadas de solução são capazes de criar um ambiente seguro, que oferece uma experiência dinâmica e com baixa fricção.

Entregando experiências personalizadas para aprimorar a jornada do cliente

O painel apresentou a parceria entre o OSeuGestor e a Cora, fundamentado especialmente no valor que uma boa experiência do usuário traz para os clientes. Os cases focaram na construção de confiança com o usuário, entendimento da jornada, criação de soluções melhores por meio da colaboração e integração entre empresas e centralização de operações para pequenas e médias empresas.

Para os painelistas, o foco no desejo do cliente é um caminho sem volta, já que hoje eles impactam até no roadmap das empresas apresentadas, ajudando a definir o que vira ou não prioridade. Quem atende melhor o público, sanando as dores e entregando a melhor experiência, acaba saindo na frente.

Open Summit Brasil – Dia 3

Open Summit Brasil 2022 - Dia 3

Desafios e oportunidades do Open Finance para IFs e seus clientes

Para abrir o terceiro dia do Open Summit, esse painel preparou uma roda de debate sobre os desafios e oportunidades que irão surgir com o Open Finance. Ampliando o escopo financeiro do Brasil, esse ecossistema promete mudar a relação entre as instituições e os clientes, promovendo um relacionamento mais democratizado. No entanto, quais são os principais desafios dessa jornada?

Com o cliente se tornando a peça central na concessão de dados, as empresas precisarão garantir a segurança dos processos de transferência de informações entre os participantes e, para isso, terão que se enquadrar no padrão regulatório das APIs. Além disso, um grande desafio é tornar a experiência do usuário positiva, afinal, os clientes precisarão se sentir no comando das permissões, sem que haja um sentimento de invasão pessoal. Por conta disso, muitas instituições estão tendo dificuldade em promover ao mesmo tempo um ambiente amigável e regulado dentro das normas, de acordo com os painelistas.

Diante desse aumento de demanda, será necessário um sistema colaborativo entre os envolvidos durante essa jornada. Fazendo parcerias com empresas de tecnologia, por exemplo, será possível agilizar o processo de obtenção dos certificados necessários, garantindo um sistema seguro e se livrando de uma possível dor de cabeça. Ao se mostrar confiável e certificada, automaticamente a organização estará apta a atender os novos clientes. Muitas empresas que auxiliam neste processo estão investindo também em iniciadores de pagamento, para apoiar as instituições a captarem novos clientes.

Como o Open Banking capacita as pequenas empresas a gerenciar melhor suas finanças, melhorar suas eficiências operacionais e aumentar sua própria competitividade?

Neste painel, especialistas na área debateram sobre os benefícios que o Open Banking já oferece. Além de democratizar o acesso ao crédito para micro e pequenas empresas, o ecossistema também possibilita a troca de informações entre as instituições, fazendo com que melhores propostas cheguem aos clientes. Segundo os painelistas, o Open Banking tornará possível que as instituições ofereçam para seus públicos, novas oportunidades de crédito no momento exato em que esse investimento seja mais lucrativo.

Atualmente, o Open Banking se encontra na etapa transacional, na qual os iniciadores de pagamento trazem o e-commerce para esse novo ecossistema. Sendo assim, os clientes conseguem decidir, por exemplo, como e com qual banco querem pagar suas contas, tendo poder total sobre suas transações. Vale ressaltar, também, que boa parte das empresas já possuem acesso aos dados do cliente, a grande jogada do momento é essas empresas entenderem como tornar essas informações em um ativo valioso – e para desvendar esse mistério, muitas marcas vão precisar de uma ajuda tecnológica para manusear o Machine Learning e sistemas de Inteligência Artificial.

Soluções digitais no Open Finance para atender e superar as expectativas do cliente

Apresentar como o Open Finance foi faseado e seus impactos para consumidores e estabelecimentos comerciais, foi foco da painelista Priscila Faro. A diretora de Legal Fintech, do Mercado Livre, se preocupou em detalhar e exemplificar cada fase desse ecossistema, reconhecendo a falta de informação como um empecilho para o desenvolvimento dessas iniciativas, tão vantajosas em termos de empoderamento do consumidor e inclusão de novos players.

Na apresentação, ela trouxe dados significativos que comprovam os benefícios dessa implementação no Mercado Pago, sobretudo para estabelecimentos comerciais, que, ao incluir novas ferramentas de check-out, como o Pix, tiveram 21% no aumento em suas vendas, assim como um aumento de 57% no ticket médio por usuário.

“Com o iniciador de transação de pagamento, as oportunidades serão ainda maiores”, ressalta Priscila, que acredita que o Open Finance trará mais transparência e segurança aos consumidores, uma vez que poderão transacionar com instituições com as quais já se relacionam.

Usando insights de dados entre setores para ajudar consumidores/funcionários e transformar o risco de empréstimos

Uma apresentação rica em dados marcou este painel, que trouxe diversos paralelos relacionando o contexto econômico atual, previsões para o futuro, mudanças de mercado e os impactos causados por acontecimentos externos, como a pandemia. Relacionando a alta da inflação, dos juros, os tipos de crédito oferecidos, modalidades, rendas, riscos e porte, o painelista mostrou um panorama completo da situação do crédito.

O painel finaliza com uma reflexão sobre o papel do Open Finance nas estratégias e jornadas de crédito que serão cada vez mais tech, com o cliente no centro das decisões, em um sistema cada vez mais conectado e data driven. Foi destaque também o pioneirismo do Open Finance Brasileiro e o potencial do Descentralized Finance (DeFI) no futuro.

Do Open Finance à hiperpersonalização da experiência: desafios e oportunidades na criação de novos modelos de negócio 

O painel, que contou com a participação de Karen Machado, do Banco do Brasil, deixou claro que o Open Finance é uma mudança de paradigma no mercado e que, para além do regulatório, a participação das instituições deve vir pela força do mercado. Karen também destaca a força das APIs na criação desse ecossistema, que tende a ser cada vez mais amplo, com múltiplos atores e expandindo os canais de comunicação das instituições com seus clientes.

Com a possibilidade de hiper personalizar as ofertas, a tendência é que os clientes fiquem cada vez mais exigentes. Isso aumenta o desafio das instituições ao lidar com um volume maior de dados, com o objetivo de entender o comportamento do consumidor, para ofertar produtos e serviços relacionados ao momento de vida do cliente.

Para Karen, essa é uma oportunidade de oferecer para os clientes uma verdadeira assessoria financeira, com produtos cada vez mais independentes, fruto até de parcerias com outros setores. Porém, ela ressalta que é importante escolher bons parceiros para essa jornada.

Open Summit Brasil – Dia 4

Dia 4

Dicas para se conectar rapidamente no Open Finance e extrair valor para o seu produto

Ultrapassados os desafios de implementação, segurança e conformidade com os padrões regulatórios do Open Finance, os participantes desse painel chamam a atenção para o tratamento dos dados. De nada adianta ter acesso a uma maior quantidade de dados e não conseguir armazená-los, gerenciá-los e analisá-los de forma adequada. “Falta talento para usar e tratar esses dados de maneira massiva”, aponta Albert Morales da Belvo.

Tudo isso se torna mais complexo quando consideramos as particularidades de armazenamento de dados por parte de cada instituição financeira.

Fontes alterativas de obtenção de dados para se criar novos modelos de negócio e o aprimoramento dos modelos de scoring com o Open Finance também foram pauta. A análise preventiva sobre a maturidade e saúde financeira dos clientes, segundo os painelistas, garante maior assertividade na oferta de crédito, e mesmo uma eventual economia, por parte das instituições, em suas operações de cobrança.

Considerando todos esses pontos, os participantes reforçaram a importância de não postergar a entrada nesse ecossistema, para se manter competitivo no mercado.

O futuro dos meios de pagamento 

Abordando conceitos como o do Invisible Banking, a palestrante Ticiane Amorim acredita que o futuro dos meios de pagamento se concentrará na experiência do cliente. Hoje em dia, de acordo com a painelista, a jornada de crédito possui diversas etapas: o cliente precisa abrir uma conta na loja; depois consultar o seu score dentro dela; preencher o seu registro de empréstimo; assinar um contrato de pagamento com a loja; até receber por fim o seu crédito para efetuar um pagamento parcelado, por exemplo. A intenção é de que nos próximos 3 anos, essa jornada seja otimizada por meio do ubiquitous computing (dispositivos conectados) e da seamless experience (integração sem fricção de produtos e serviços financeiros de terceiros), afirma Ticiane.

Já podemos notar essa transformação em ferramentas como o Pix, que vêm trazendo mais instantaneidade e liberdade para esses processos. Segundo Cristiane Taneze, também painelista no evento, essa transformação se fez necessária justamente pela mudança no público consumidor. “Daqui há alguns anos, os millenials se tornarão os grandes movimentadores da economia brasileira e, por conta da evolução tecnológica, eles não se interessarão pelos meios antigos de pagamento”, contou Taneze. De acordo com uma pesquisa da Morning Consult, mostrada durante a palestra, 81% dos clientes bancários já verificam o seu saldo através de dispositivos móveis – e está previsto que esse número só aumente. Dessa maneira, o Open Finance promete ajudar ainda mais nessa integração nos meios de pagamento do futuro, na desmaterialização do dinheiro e no acesso a fundos de investimento.

>>Leitura recomendada: Pix via Open Finance

Quais são as diferentes opções para pagamentos bancários abertos e onde você deve fazer suas apostas?

Este painel focou principalmente no uso do Pix durante os pagamentos bancários. Segundo os painelistas, esse movimento de pagamento instantâneo foi liderado pelo Banco Central e será integrado também ao ecossistema de Open Finance, que terá como participantes: bancos físicos, bancos virtuais, iniciadoras de pagamento, fintechs e até mesmo lojas do comércio varejista. Entretanto, ainda de acordo com os palestrantes, o Pix não será a única opção no novo ecossistema e é bem provável que os meios antigos de pagamento se mantenham estáveis em alguns grupos da nossa sociedade, afinal, para utilizar os novos métodos será necessária uma educação digital prévia.

Para eles, o sistema financeiro aberto trará também novas tendências para os próximos anos, assim como novas possibilidades de parcerias entre instituições. As apostas se focarão principalmente no setor tecnológico, que atuará como um pilar de auxílio no desenvolvimento da parte de cibersegurança dos pagamentos digitais. “O Bacen chacoalhou as instituições e deixou claro que é necessária uma regulamentação de segurança para ingressar no ecossistema aberto, para que seja possível evitar fraudes e preservar a privacidade dos usuários”, afirmam os palestrantes.

Moedas Digitais de Banco Central: inovação ou controle?

O painel focou na construção de moedas digitais soberanas, que ainda estão em processos iniciais em diversos países. Até mesmo porque, é recente a mudança de postura em relação a esse tipo de ativo. Existem 2 modelos: atacado e varejo, que cobrem todas as demandas de uma moeda digital, além de 3 formas de distribuição: indireto, direto e híbrido, esse último sendo o foco dos projetos nacionais, com o “real digital”.

Os criptos ainda estão se estabelecendo como a nova forma do dinheiro, já que esse é apenas o início de algo que deve ter um alto impacto no futuro. Além disso, existe uma grande preocupação social com a alta volatilidade das criptomoedas. Porém, os governos estão cada vez mais acompanhando e entendendo sobre esse processo, que pode trazer uma série de benefícios sociais, como por exemplo, melhor distribuição de recursos públicos – por meio da criação de regras de consumo dessa moeda – e iniciativas de desenvolvimento de negócios.

Nova era de ameaças cibernéticas para bancos. Descobrindo a jornada para construir sistemas cibernéticos resilientes

Nesse painel, especialistas em segurança e tecnologia da Cielo e do Mercado Pago, falaram sobre como funciona a criação de produtos seguros e como foi ingressar em um ecossistema robusto como o Open Finance Brasil. De acordo com os painelistas, o maior desafio é lidar com um organismo vivo e dinâmico – tendo em vista que o mundo das fraudes e golpes é muito vasto – inserir controles e proteções enquanto oferecem uma experiência com menos fricção para o cliente.

No desenvolvimento de novos produtos e features, ambos destacaram a importância da participação dos profissionais de segurança no processo todo, para que eles possam entender o contexto e os objetivos de negócio, apontando as melhores diretrizes, deixando esse processo menos engessado e aumentando a eficiência da gestão de risco das instituições.

Em relação ao Open Finance, os painelistas concordam que esse ecossistema abre muitas oportunidades de negócio, assim como de novos golpes. Por isso, o foco na segurança esteve presente durante todo o processo de elaboração das normas e implementação das fases regulatórias. O Mercado Pago, por exemplo, já está habilitado para ser um Iniciador de Transação de Pagamento, garantindo a segurança de ponta a ponta das transações de seus clientes.

Open Summit Brasil – Dia 5

Dia 5

A Iniciativa do Open Insurance: Desafios da Implementação 

Assim como o Open Banking, a implementação do Open Insurance segue em um ritmo contínuo e positivo, entretanto, quais são os principais desafios encontrados durante essa jornada? É isso que os painelistas procuraram abordar no último dia do Open Summit!

Passando por temáticas como o impacto tecnológico da transformação digital no ramo dos seguros; os palestrantes ressaltaram que existem muitos desafios na jornada do Open Finance – desde os marcos regulatórios até a transferência de dados. No entanto, eles também relataram que por meio de times e tecnologias multidisciplinares, esses problemas podem ser superados facilmente. Por isso, é importante que as seguradoras invistam em novos modelos de negócio.

Além disso, os painelistas afirmaram que é de suma importância se adequar aos padrões de segurança da Susep, para um bom manuseamento de informações, já que as APIs de segurança podem diminuir o vão existente entre a instituição e os objetivos futuros. Vale destacar também, que um dos principais desafios da implementação é a experiência do cliente, por isso, é importante que as seguradoras melhorem os seus canais de atendimento, para que o público possa tirar dúvidas sobre o novo ecossistema e, posteriormente, se adequar ao mesmo.

Para finalizar a reflexão, os participantes do painel ressaltaram que novas oportunidades continuarão surgindo e por isso, o passo mais importante dessa jornada é se manter conectado com o ecossistema, para não perder os benefícios que o Open Insurance poderá trazer para as seguradoras e seus clientes.

Suitability, Opin e a expansão do mercado de seguros 

Abordando o conceito de Suitability no Open Insurance, os painelistas fizeram uma breve análise sobre o custo-benefício desse ecossistema, destacando principalmente o ponto de vista do cliente, membros do Bradesco e da Brasilseg trocaram opiniões sobre as suas vivências nesse ramo.

Segundo os painelistas, nos dois últimos anos, o mercado de seguros expandiu muito, já que, por conta da pandemia, mais pessoas começaram a se preocupar com suas finanças e com o seguro de vida. Diante desse cenário, o Open Insurance começou a ser implantado. Apesar de navegar por ondas similares à do Open Banking, o ecossistema do Open Insurance promete regular ainda mais a área de seguros, de acordo com os especialistas, ajudando na massificação de serviços para os clientes.

Durante o bate-papo, os painelistas passaram por diversas áreas do ramo de seguros: saúde, segurança, agricultura, e entre outros. Em suma, eles destacaram que independente do setor, é imprescindível que as seguradoras invistam em tecnologias voltadas para o ramo, afinal, elas podem otimizar o contato com o cliente; acelerar a digitalização dos processos manuais; e até mesmo promover um equilíbrio entre as organizações e seu público.

Tecnologia aplicada a Seguros: o que vale a pena, hoje?

Personalização e concorrência com novos players guiaram as discussões desse painel. Ciccone, vice-presidente de financial services (Capgemini), comentou sobre as rápidas transformações nas preferências dos clientes, quando comparadas a um passado recente e analógico. O painelista, referência no mercado de seguros, reforçou que as exigências estão muito maiores e as comparações com experiências de compra e relacionamento não se restringem mais ao mercado de seguros, mas, a diferentes experiências tecnológicas positivas no dia a dia dos clientes (lazer, banco etc.).

A chegada de novos players digitais como Insurtechs e Big Techs, deixou a competição ainda mais acirrada.  Ciccone apresentou dados, como aumento do churn no setor de 4% para 17%, e esse ano alcançando 22%; o que reforça a necessidade de se aproveitar as oportunidades de transformação do OPIN, criando experiências mais engajadoras, instantâneas e com inovação continua.

Quanto ao uso correto das novas tecnologias, como o OCR – Optical Character Recognition -, Karen Abe, Managing Director (Accenture), chama a atenção: “é preciso ter cuidado para não usar essas tecnologias de monitoramento apenas para penalizar, mas sim, trazer benefícios aos clientes”, explica ela.

AI em Seguros: sorria, você está sendo avaliado 

Nesse painel ficou comprovado que se a Inteligência Artificial (AI), já era um elemento fundamental no mercado segurador, com o Open Insurance isso deve apenas se intensificar. Os palestrantes falaram sobre o desafio de fazer uma gestão de dados eficiente, na qual seja possível ter uma visão 360º do cliente, entendendo o momento de vida no qual ele está aumentando a assertividade das ofertas. Além disso, há uma expectativa para melhoria do custo-benefício tanto para o cliente, quanto para as instituições, com uma melhor gestão de fraudes e riscos.

Renato Vicente, do Experian DataLab, ressalta que uma boa análise de dados se reflete na hora de conhecer o cliente, os riscos na gestão do mútuo (como automatizar uma hiper personalização, por exemplo) e na eficiência operacional, que pode ser alavancada com o uso da IA.

Carlos Almeida, da SUSEP, trouxe a visão do regulador, mostrando que a Inteligência Artifical deve agregar dinamismo ao mercado, aumentando o alcance dos produtos de seguro para outros públicos e ampliando o potencial de inovação desse mercado.

ERPs saindo, Plataformas chegando 

Discussões sobre a aplicação de um tipo ou de outro de tecnologia acabam, invariavelmente, esbarrando no negócio, como apontam os palestrastes desse painel, que falou um pouco sobre as diversas opções de sistema que existem hoje no mercado. A maioria deles apontou que não existe certo ou errado na hora de fazer essa escolha, mas sim aquilo que melhor se encaixa nas especificações dos produtos de seguro.

Nesse sentido, a maioria acaba optando por integrações, ainda mais com o uso de APIs, possibilitando que uma plataforma possa se alimentar de dados de um ERP e vice-versa, por exemplo.

Sistemas de arquitetura monolítica acabam deixando pouco espaço para outros tipos de solução e de customização, fazendo com que eles sejam bons para uma área do seguro, e nem tanto para outras. Assim, a agregação de soluções de provedores diferentes, combinado com desenvolvimento interno ou por parcerias, acaba oferecendo uma experiência melhor, atendendo às necessidades, particularidades e regulamentações dos produtos de seguro.

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